Filosofia Cristã

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1. Introdução.

Em verdade, a rigor, não se pode falar de uma filosofia cristã, uma vez que o cristianismo é uma doutrina religiosa, basicamente composta de dogmas, verdades tidas como reveladas por Deus, voltadas para práticas de aperfeiçoamento moral e místico, com vistas a uma futura vida eterna, após a morte.

Os primeiros momentos do cristianismo foram marcados pela formação de comunidades reunidas em torno dos apóstolos e, em seguida, por membros selecionados por eles, para criar outras comunidades que se multiplicavam de forma geométrica.

Assim, a convivência entre eles era determinada pela prática da caridade mútua e do desapego aos bens terrenos, não havendo necessidade de normas comportamentais que representassem qualquer embrião de normas jurídicas.

O passar dos anos registrou, nos primeiros séculos, uma grande expansão no número de adeptos em todo o vasto império romano, exigindo que alguns dos seus líderes mais eruditos, se preocupassem em expor didaticamente o conteúdo dessa doutrina para os catecúmenos (candidatos ao batismo) e, mais tarde, defender os princípios religiosos abraçados, diante de seus antagonistas e hereges. Assim se formou o começo do pensamento cristão, centrado em conciliar as exigências da razão com as perspectivas da fé na revelação. Este pensamento evoluiu, durante a Idade Média quando se construiu toda base do pensamento ocidental.

A história da filosofia convencionou chamar a esse longo período, que vai do século II, até praticamente o fim da Idade Média, de Filosofia Cristã.

A filosofia cristã comportou dois grandes períodos: a filosofia dos Padres da Igreja, ou Patrística, que foi até o século V, e a filosofia dos Doutores da Igreja, ou Escolástica, que foi até o século XIV.

2. Patrística

A Patrística se desenvolveu num ambiente altamente influenciado pela filosofia grega e dela se valeu para esclarecer e defender o novo conteúdo da fé. O Neoplatonismo, contemporâneo

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