Filosofia 10 ano

Relativismo Cultural: toda a verdade é local

O relativismo cultural defende que as características e práticas de uma comunidade são relativos ao sistema cultural em que surgiram e não podem ser avaliados a partir de outra cultura, assim, podemos mesmo dizer que é uma reacção contra o etnocentrismo, onde os cidadãos avaliam as outras culturas e as hierarquizam a partir da sua, que é tida como modelo. De acordo com o relativismo cultural, a diversidade cultural é reconhecida como algo positivo, ou seja, é a visão de que os sistemas morais ou éticos, que variam de cultura para cultura, são todos igualmente válidos e que nenhum sistema é realmente "melhor" do que qualquer outro. Segundo esta perspectiva, a correcção dos juízos e das normas morais é sempre relativa a uma dada cultura. Deste modo, os conceitos de bem e mal variam consoante esta, isto é, o relativista pensa que estes dois termos, entre outros, são convenções estabelecidas em cada cultura e socialmente aceites. Por esta via, por muito absurda que uma prática cultural seja, esta será compreendida e respeitada, a partir da história dessa cultura e da análise do seu sistema de crenças e de valores. Assim, a outra cultura, que não se manifesta, poderá estar na presença de acções que para ela seriam de uma brutalidade incrível, sendo punidas no seu meio, mas esta prefere não interferir nas práticas dos outros povos, sendo de salientar que os valores e as acções variam de cultura para cultura e o relativista não os coloca em causa.
As culturas diferentes têm normas morais diferentes e pensar que há um padrão universal que se aplica em todas as épocas e lugares não passa de uma ingenuidade. Ao observarmos que existem desacordos culturais em assuntos morais, não podemos concluir que as verdades morais dependem de cada cultura, pois é possível existirem verdades objectivas na moralidade, assim, os membros de uma cultura podem estar enganados. Isto é, existem regras morais comuns a todas as culturas para