FILHOS DA AMAZÔNIA Eu gosto do Amazonas também gosto do Pará: a pupeca é daqui, maniçoba é de lá. Refresco de murici, tapioca com açaí é de lá e é de cá. Nosso é o Teatro Amazonas, o deles é o da Paz: Jóias da arquitetura, legados dos seringais. Templos que guardam memórias de momentos imortais. É linda a Estação das Docas na orla do Guajará: o passado transformado num lugar bom de ficar. Palco móvel, tocadores e o prazer de apreciar. A virgem da Conceição, padroeira nossa é. No Pará troca de manto e se chama Nazaré: ambas são Nossa Senhora madrinhas da nossa fé. Paissandu, Clube do Remo têm passado e tradição. Na Colina – são Raimundo, nosso querido Tufão já celebraram vitórias com taças de campeão. Fica difícil aplicar a lei da comparação. As coisas lindas daqui, lá no Pará também são. Além disso, tá bem claro, o Pará é nosso irmão. Negar a teia tecida dessa consangüinidade é macular a memória da nossa fraternidade. É romper inconseqüente laços da nossa amizade. Quem goza sempre se acha que já é o maioral. Tolo, não sabe que a vida trata todo mundo igual: quem planta o bem, colhe o bem, quem planta o mal, colhe o mal. Quantos irmãos paraenses, vivendo em nossa cidade, fazem do suor do rosto a nossa prosperidade: alheios, satirizamos, ferindo dignidades. Já é hora de um basta, ainda é tempo de parar. Peço desculpas pro Nilson e pra maninha Fafá. – tô saudoso de vocês e do melhor tacacá. O Rio Negro e o Solimões – encontro espetacular. No olhar não se misturam, mas no abraço milenar transformam-se no Amazonas Que segue em busca do mar. Quando bebe as águas verdes que cortejam Santarém, o grande rio Amazonas diz: Tapajós, mano, vem comungar do nosso abraço, precisamos ir além. Todos os rios abraçados chegam finalmente ao mar. E nós aqui do Amazonas, onde queremos chegar com pilhérias de mau gosto desdenhando do