Fichamento

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
Programa de Graduação de Psicologia
REBECCA ANNE PIMENTA- BLIGHT

FICHAMENTO 4: “VIAGEM AO BRASIL” DE HANS STADEN

Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, como requisito de avaliação da disciplina de Antropologia.
Orientadora: Profa Letícia Cesarino.

FLORIANÓPOLIS
2014
1. RESUMO

A imagem do indígena transita, até hoje, entre dois polos: o indígena canibal e o “bom selvagem”. Na chegada dos europeus ao Brasil, depararam-se com um mundo novo; desde a fauna e flora até povos, culturas e religiões diferentes. Ora, com isso, eles não haviam referência alguma sobre o que viam: tudo lhes era estranho e, então, baseado no argumento de Rubem Alves onde o que não nos é comum passamos a repudiar (ALVES, 1981), passaram a chamar o índio de “selvagem” (por terem uma proximidade com a Natureza) e “canibal” (por seus hábitos). “Viagem ao Brasil” é um relato sob forma de história de Hans Staden no seu encontro com estes “selvagens” brasileiros. Conta o autor que foi cercado, capturado e então levado para a tribo dos Tupinambás. Lá, depois de feitas as devidas cerimônias (etapas de humilhação e sofrimento do prisioneiro), seria comido por eles. Em seu livro, pode-se destacar algumas partes importantes sobre a cultura e hábitos deles. Na história de Staden, figuram duas tribos rivais: os Tupinambás e os Tupiniquins. A primeira, que o capturou, era aliada aos franceses, enquanto a segunda simpatizava com os portugueses. Como os Tupinambás achavam que Staden era português (então, inimigo), queriam mata-lo para vingar-se. Durante o relato, ainda aparecem outros fundamentos para a prática do canibalismo naquela tribo, que o autor não deixa de mencionar:
i) “[...] comigo, iriam vingar a morte de seus amigos” (STADEN, 1930, p. 58); “[...] queriam vinga-lo em mim” (STADEN, 1930, p. 73). O sentimento de vingança, no