Fichamento o mito do bom selvagem

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ROUANET, Sergio Paulo. O mito do bom selvagem. In: ADAUTO, Novaes (Org.). A outra margem do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 415-438.

“O mito do bom selvagem existe desde a Antiguidade (Lovejoy, Boas), mas seu reaparecimento moderno coincidiu com o período das grandes navegações. É oportuno, portanto, rastrear sua gênese e refazer seu itinerário, neste momento em que comemoramos os quinhentos anos da descoberta do Brasil.”

“Foi sem dúvida Colombo o primeiro a relançar o antigo mito, reencontrando o bom selvagem no Novo Mundo. [...] Colombo encontrou os homens naturalmente bons. São simples e honestos, generosos ao extremo, porque dão tudo o que lhes pedem, amam ao próximo mais que a si mesmos [...]”.

“Pero Vaz de Caminha [...] não fica longe disso. A natureza é pródiga, [...] [mas] a maior riqueza é a gente. Como sempre, o que mais impressiona esses navegantes sexualmente frustrados é a nudez dos índios. [...]. Mas é uma nudez inocente, em contraste com a nudez lasciva das mulheres europeias. [...]. Mas não era só essa inocência que fazia dos índios seres puramente naturais. Em geral, sua índole era bondosa [...]. Estava construída a figura do bom selvagem brasileiro: boa índole, manso e pacífico, vivendo em estado de inocência, e isento de cobiça e ganância, graças à simplicidade de seus meios de subsistência e à modéstia de suas necessidades materiais.”

“Mas a carta de Caminha permaneceu inédita até 1817. Por isso quem mais contribuiu para a difusão do mito do bom selvagem foi Américo Vespúcio, cujas cartas foram publicadas, em numerosas edições, desde o século XVI.”

“O mito do bom selvagem se consolidou graças ao franciscano André Thévet e o calvinista Jean de Léry, que escreveram livros baseados em suas experiências na França Antártica, colônia francesa fundada por Villegagnon no Rio de Janeiro.”
Léry e Thévet relativizam os costumes dos índios “para desculpar o que parecia chocante nos costumes indígenas”. Ao mesmo tempo em

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