Fichamento do livro "as teorias da justiça depois de rawls", de roberto gargarella

Fichamento do livro “As Teorias da Justiça depois de Rawls”, Roberto Gargarella

Em sua obra “As Teorias da Justiça depois de Rawls”, Roberto Gargarella procura analisar a “teoria da justiça” de John Rawls, bem como algumas das discussões que surgiram em decorrência dessa obra, as mudanças provocadas por Rawls em outros autores e as mudanças induzidas pelos críticos sobre a própria “teoria da justiça”. A principal questão da filosofia política para Rawls é o que seria uma sociedade justa. Rawls acredita que a justiça é a primeira virtude das instituições sociais e utiliza essa afirmativa como um guia que orienta boa parte de seu trabalho. Segundo ele, assim como uma teoria, por mais bem elaborada que seja, se não for verdadeira deve ser reformada ou abolida, também as instituições básicas da sociedade, por mais organizadas e eficientes que sejam, se não forem justas devem ser reformadas ou abolidas. O principal objetivo de Rawls era elaborar uma teoria da justiça que fosse uma alternativa viável a outras doutrinas e concepções filosóficas que, durante muito tempo, vinham buscando responder à mesma pergunta: o que é uma sociedade justa? As duas principais doutrinas a que Rawls se opôs foram o intuicionismo e o utilitarismo, a primeira relativamente fraca em relação à teoria de Rawls. Quanto ao intuicionismo, Rawls considera a teoria falha, embora admita que não podemos eliminar de todo o apelo a princípios intuitivos em nossas reflexões sobre a justiça, mas devemos tentar recorrer a eles o mínimo possível. Rawls procurou escapar do intuicionismo, mas, ao mesmo tempo, admitia a necessidade de guardar um lugar para nossas intuições na tarefa de buscar uma teoria sobre a justiça. Já o utilitarismo, ao contrário do intuicionismo, é capaz de organizar diferentes alternativas perante possíveis controvérsias morais, mas, em contrapartida, tem um aspecto “teleológico” ou “conseqüencialista” que Rawls tende a rejeitar. Rawls, enquanto