Fichamento de citação: APRENDER ANTROPOLOGIA; François Laplantine; 6ª edição; 1993; Editora Brasiliense S.A.

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Livro: APRENDER ANTROPOLOGIA; François Laplantine; 6ª edição; 1993; Editora Brasiliense S.A.
1. A Pré-História da Antropologia: a descoberta das diferenças pelos viajantes do século XVI e a dupla resposta ideológica deda daquela época até nossos dias.
“A gênese da reflexão antropológica é contemporânea à descoberta do Novo Mundo. O Renascimento explora espaços até então desconhecidos e começa a elaborar discursos sobre os habitantes que povoam aquele espaço.” (Pág. 37)
A FIGURA DO MAU SELVAGEM E DO BOM CIVILIZADO
“Entre os critérios utilizados a partir do século XIV pelos europeus para julgar se convém conferir aos índios um estatuto humano, além do critério religioso pelo qual já falamos, na configuração na qual nos situamos, uma resposta negativa (“sem religião nenhuma”, são”mais diabos”), citaremos:
A aparência física: eles estão nus ou “vestidos de peles de animais”;
Os comportamentos alimentares: eles “comem carne crua”, e é todo o imaginário do canibalismo que irá aqui se elaborar;
A inteligência tal como pode ser apreendida a partir da linguagem: eles falam “uma língua ininteligível”.
Assim, não acreditando em Deus, não tendo alma, não tendo acesso à linguagem, sendo assustadoramente feio e alimentando-se como um animal, o selvagem é apreendido no modo de um bestiário. E esse discurso sobre a alteridade, que recorre constantemente a metáfora zoológica, abre o grande leque das ausências: sem moral, sem religião, sem lei, sem escrita, sem Estado, sem consciência, sem razão, sem objetivo, sem arte, sem passado, sem futuro. Cornelius de Pauw acrescentará até, no século XVII:’sem barba’, ‘sem sobrancelhas’, ‘sem pêlos’, ’sem espírito’ ‘sem ardor com sua fêmea’.”(Pág.41)
A FIGURA DO BOM SELVAGEM E DO MAU CIVILIZADO
“A figura de uma natureza má na qual na qual vegeta um selvagem embrutecido é eminentemente suscetível de se transformar em seu oposto: a da boa natureza dispensando suas benfeitorias à um selvagem feliz.”(Pág.46)
“Esse fascínio exercido

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