Fenômeno bullying: agressões que refletem fissuras no processo de socialização
Refletem Fissuras no Processo de Socialização
Resumo
O presente trabalho visa apresentar que as duas principais instituições responsáveis pela socialização dos indivíduos - a família e a escola - muitas vezes não conseguem lidar corretamente com problemas surgidos durante o processo de socialização. Apresentaremos algumas alterações na perspectiva deste processo, com a ampliação do espaço da subjetividade do indivíduo, evidenciando como novas instâncias de socialização incidem na formação da individualidade, e como isto gera implicações na mudança de perspectiva sobre a violência. Destacaremos ainda como a violência permeia o ambiente escolar, enfatizando especificamente o bullying escolar. O bullying é o fenômeno pelo qual uma criança ou um adolescente é sistematicamente exposto a um conjunto de atos agressivos (diretos ou indiretos), que ocorrem sem motivação aparente, mas de forma intencional, protagonizados por um ou mais agressores, em que a interação grupal é caracterizada por desequilíbrio de poder e ausência de reciprocidade. Essa vitimização pelo grupo de iguais provoca, de uma forma geral, problemas de ajustamento durante o desenvolvimento ao longo do ciclo vital e, especificamente, problemas de aprendizagem e socialização escolar, podendo ainda apresentar conseqüências trágicas, como suicídio e ataques homicidas. Destacaremos ainda manifestações dessa violência através da perspectiva dos atores envolvidos, utilizando tanto dados secundários quanto relatos obtidos durante uma atividade de campo. Partindo da problematização: “O bullying é um comportamento subestimado pelos pais e pela escola?”, temos como principal hipótese a negligência dos mesmos. Como iremos apresentar na seqüência, as escolas geralmente se omitem sobre o problema; os pais não sabem lidar corretamente; já as vítimas e as testemunhas se calam. Atitudes que só agravam o problema Embora o fenômeno tenha ganhado