fedro
Sócrates, o orador do texto, tem a postura do homem honrado, que dá o devido valor e importância à elaboração do discurso, seja escrito ou falado. Após ouvir do jovem amigo a leitura de um discurso sobre o amor proferido num banquete por Lísias, um sofista, Sócrates conclui que não percebera nada que distinguisse aquele discurso de outros já proferidos por outros sofistas, superficiais e incapazes de contribuir para uma conceituação mais elaborada por parte dos ouvintes dos temas tratados. Para eles, os sofistas (assemelhados a alguns oradores, palestrantes, políticos e advogados de hoje em dia) não estavam interessados na verdade e sim na obtenção de favores, reconhecimento e riquezas, não hesitando em manipular as palavras e os argumentos em seu próprio favor.
Diante desse posicionamento, Fedro quer saber do amigo se este tinha a dizer algo superior ao dito por Lísias, para quem era preferível prestar favores ao não enamorado que ao enamorado.
É quando, após pedir pela assistência dos deuses, Sócrates inicia uma argumentação cuja estrutura é digna de atenção de todos os que aspiram ou necessitam aprender a escrever e proferir textos argumentativos. Primeiro aponta uma das falhas do discurso do sofista: não definiu o objeto do discurso, limitando por emitir uma opinião e repeti-las por várias vezes,
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