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4611 palavras 19 páginas
A DIALÉTICA DO SENHOR E DO ESCRAVO EM HEGEL
E SUA REPERCUSSÃO NO MARXISMO E NA PSICANÁLISE
LACANIANA
Marcio Gimenes de Paula*

RESUMO:
O objetivo do presente artigo é analisar a dialética do senhor e do escravo em Hegel e sua repercussão no marxismo e na psicanálise. Para atingir tal intuito, o tema estará limitado a analisar um pequeno trecho da Fenomenologia do Espírito, onde se afirma tal tese, e a interpretação do mesmo segundo Lima Vaz, Kojève, Hyppolite e Lacan.
PALAVRAS-CHAVE: Dialética. Hegel. Marxismo. Psicanálise. Política.

*

Doutor em Filosofia pela UNICAMP. Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe.
Endereço eletrônico: magipa@bol.com.br. Avenida Adélia Franco, 2850 Bloco B- apto. 301. CEP 49048-010.
Aracaju-SE.

Psicanálise & Barroco em revista v.8, n.1: 98-113, jul.2010

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A dialética do senhor e do escravo em Hegel e sua repercussão no marxismo e na psicanálise lacaniana

UMA INTRODUÇÃO À FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO SEGUNDO LIMA VAZ

A célebre metáfora do senhor e do escravo, tão popularizada em nossa tradição ocidental, foi criada por Hegel, e utilizada por muitos pensadores no século XX. Ela aparece, em seu primeiro momento, na obra Fenomenologia do espírito. Desse modo, qualquer aproximação da metáfora em si ou do seu sentido, necessita de uma análise da obra e do contexto onde a mesma se insere. Assim sendo, nosso fio condutor nesse processo será, inicialmente, a apresentação de Henrique Cláudio de Lima Vaz à tradução brasileira de Paulo Meneses.
A Fenomenologia do espírito data de 1807. Hegel possui nessa época 37 anos.
Trata-se de uma de suas principais obras, isto é, aquela que o consagra como filósofo por excelência e o insere nos melhores debates da época. Antes dela, o pensador alemão havia publicado apenas pequenos artigos e ensaios, demonstrando, em alguns deles, suas críticas a
Kant, Fichte e Schelling. Seu intuito é partir da fenomenologia, isto é, do mundo das

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