Farao Akenaton

6285 palavras 26 páginas
O faraó Akhenaton e nossos contemporâneos
Ciro Flamarion Cardoso (Universidade Federal Fluminense)
1. Prolegômenos
Esta palestra tratará de mostrar, por um lado, as diferenças entre o Akhenaton da
Egiptologia e aquele da egiptomania − ou melhor, das diferentes modalidades de egiptomania, conducentes a diferentes apropriações do faraó que podem ser até mesmo opostas umas às outras, como se nota, por exemplo, ao se comparar o Akhenaton negro dos Black Studies estadunidenses a um Akhenaton branco, cuja doutrina teria raízes
“arianas” derivadas do Mitanni por via materna (e, em última análise, da Atlântida), teoria egiptológica adotada com matizes racistas pelos descendentes espirituais de
Helena Blavatsky (alguns dos quais abertamente nazistas). Mas também que, no caso deste faraó ainda mais do que no tocante a outras personalidades do antigo Egito, mesmo no interior dos escritos propriamente egiptológicos com freqüência não está ausente boa dose de egiptomania, caso esta seja definida como apropriação e reinterpretação de elementos da cultura egípcia, ressignificados e aos quais novos usos são destinados no mundo contemporâneo.
2. O Akhenaton da Egiptologia: estará a egiptomania de todo ausente?
Ao preparar recentemente um artigo para livro coletivo organizado pela professora Margaret Bakos, reli dois romances de uma autora inglesa, Norma Lorimer:
A wife out of Egypt (Uma esposa oriunda do Egito), publicado em 1913, e There was a king in Egypt (Houve um rei no Egito), publicado em 1918. A ação tinha lugar no Egito do início do século passado. Mas o espectro do faraó Akhenaton (1352-1336 a.C.) aparecia com grande proeminência, influindo positivamente na vida dos protagonistas e até mesmo encarregando um deles de uma missão espiritual num mundo que atravessava, naquela ocasião, as agruras da Primeira Guerra Mundial. No primeiro livro,
Stella, uma egípcia descendente de sírios e armênios e educada na Inglaterra, refere-se àquele antigo rei do

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