Expressão da proteína ncsrs2 (nc1-p43) recombinante em sistema procarioto para a produção de anticorpos policlonais (pabs) específicos contra esse antígeno imunodominante de n. caninum.

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1. Introdução:

Neospora caninum é um protozoário intracelular pertencente ao filo Apicomplexa, família Sarcocistidae que se destaca na bovinocultura mundial devido aos prejuízos econômicos gerados por este parasita (LONG, 1990; SANTOS et al., 2012). Em 1984, na Noruega, um parasita do cão doméstico ainda não identificado, foi inicialmente associado a casos de doença cerebral e espinhal (encefalomielite) e doença muscular (miosite), conseqüentemente ocasionando paralisia em crias e morte precoce de bovinos (BJERKAS et al., 1984). Somente em 1988 Dubey e colaboradores descreveram-no como uma nova espécie, nomeada N. caninum causadora de uma doença clínica denominada neosporose, pois ate então este parasito era erroneamente identificado como Toxoplasma gondii por apresentar características morfológicas e evolutivas semelhantes a este protozoário também pertencente ao filo apicomplexa (GOODSWEN et al., 2012). No entanto, embora essas duas espécies sejam intracelulares e parecidas morfologicamente e biologicamente, ainda sim são antigenicamente diferentes (DUBEY et al., 1988) e significativamente diferentes, pois Neospora não infecta humanos imunologicamente sadios (BARRAT et al., 2010).
A neosporose acomete uma ampla gama de hospedeiros, podendo causar danos a várias espécies, no entanto cães e bovinos são as espécies mais significativamente afetadas, sendo o aborto o principal sinal clinico observado em bovinos adultos e desordens neuromusculares em cães (DUBEY et al., 2003), por isso essa patologia é de grande relevância a bovinocultura e a indústria de laticínios. Estimativas indicam que, na Califórnia, Estados Unidos, a neosporose custa em torno de 35 milhões de dólares à indústria do leite, por ano (BARR et al., 1998), na Austrália os custos chegam a US$100 milhões (REICHEL et al., 2008), já no Brasil este prejuízo chega a 46 milhões anuais (BARROS et al., 2011). No entanto acredita-se que estes custos sejam subestimados devido à falta de informação do

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