Exclusão Social - A desigualdade do século XX
Exclusão social - A desigualdade do século XX
EDA SCHWARTZ*
VERA MARIA RIBEIRO NOGUEIRA**
Introdução
Notícias1 veiculadas em apenas dois dias em um jornal de circulação nacional têm, em comum, o fato de marcarem diferenças, favorecendo distinções e classificações, as quais estruturam o objeto de reflexão do presente texto, que é o fenômeno da exclusão social, ou questão social, como categorizam alguns autores. O que se pretende é resgatar certos ângulos que podem ser considerados quando se reflete sobre tal questão e as expressões contemporâneas que esta assume.
* Mestre em Enfermagem pela UFSC, professora do Departamento de Enfermagem da
Universidade Federal de Santa Maria.
**Mestre em Serviço Social pela PUC-SP, professora do Departamento de Serviço Social da
Universidade Federal de Santa Catarina.
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"Skinheads, punks e carecas reaparecem nas grandes cidades, assassinando um adestrador de cães porque parecia homossexual e chamando, assim, a atenção para a questão dos "incidentes de ódio!. Muitos outros "inimigos" foram surrados seguindo o mesmo padrão: ataques de muitos contra poucos indefesos, escolhidos aleatoriamente pelo simples fato de serem negros, nordestinos, gays, punks ou judeus "(Folha de S. Paulo, 2000, p. 1);
"81% dos jovens presos no Rio tinham sustento e citam como motivo para o crime o desejo de consumir, com 29% até das necessidades materiais básicas atendidas" (Folha de S. Paulo,
2000, p. 1);
"Juiz mantém privilégio a paciente que paga no HC.Com a decisão, pacientes que possuem convênios ou que pagam pelos serviços continuarão a usufruir de hotelaria diferenciada e atendimento privilegiado - não estão sujeitos a filas, por exemplo -, ao contrário do que ocorre com pacientes que dependem do SUS"(Folha de S. Paulo, 2000, p.l).
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QUESTÃO SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL
Enquanto um fenômeno social e individual abrangente, a exclusão social vem sendo construída e reconstruída nas relações cotidianas