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Renda média: armadilha ou percalço?
Por David Kupfer 08/04/2013
A coluna anterior, publicada em 11 de março, menciona apenas de passagem a tese da "armadilha da renda média" ("middle income trap"). Essa tese vem sendo sugerida por estudiosos ligados ao Banco Mundial e outras instituições supranacionais como explicação para a inflexão no ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) experimentada pela maioria dos países emergentes após atingirem um nível intermediário de renda per capita. De acordo com essa tese, os países veem o processo de emparelhamento empacar quando a renda per capita atinge valores de US$ 10 mil a US$ 16 mil (em paridade de poder de compra, valores constantes de 2005).
A tese tem se revestido de grande atualidade porque subentende uma questão decisiva para os rumos da economia mundial: estará a China próxima de encontrar os seus limites dinâmicos e prestes a entrar em uma fase de crescimento (mais) lento?
Defensores da tese argumentam com algumas regularidades marcantes encontradas quando se compara os indicadores sócio-econômicos dos países que se deixam capturar pela armadilha. Primeiro, em termos da composição do PIB, a possibilidade de o esforço de formação de capital liderar a dinâmica da demanda agregada tenderia a arrefecer a partir de determinado nível de renda. A partir desse limiar, o impulso ao consumo de bens e serviços de maior elasticidade-renda passa a ser o elemento condicionante do ritmo de crescimento, requisito que se transmite também à pauta de bens exportados pelo país. Segundo, em termos da composição da estrutura industrial, após uma fase de rápida expansão apoiada em incorporação à matriz produtiva de atividades novas, as forças pró-especialização passam a predominar, levando inicialmente à interrupção e posteriormente a um retrocesso no grau de diversificação da economia. Terceiro, em termos da composição do mercado de trabalho, a rápida absorção de mão de obra de menor qualificação deixa de ser suficiente

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