etnoarqueologia

A etnoarqueologia busca a partir de trabalhos com sociedades contemporâneas, explicar e compreender a relação entre comportamento humano e cultura material. Essa subdisciplina vem se desenvolvendo desde o século XIX. A partir da década de 1960, passou a ter uma abordagem mais sistemática e metodológica. ( P. 28)
No entanto, para Binford o uso da analogia etnográfica entre passado e presente não resulta em uma boa forma de interpretação do registro arqueológico. Pois segundo ele, seria necessário “relacionar os fenômenos arqueologicamente observados às variáveis que, embora sejam observadas de diferentes formas entre as populações vivas, possuam um valor explanatório” (Binford, 1968).
Após um longo debate entre os pesquisadores, a discussão centrou-se na definição de como o dado etnográfico seria utilizado para interpretar o registro arqueológico. (P. 28)
Até a década de 1980 foram os pesquisadores calcados nas perspectivas processualistas e comportamentais quem dominaram o cenário da etnoarqueologia. Já na década seguinte, foi a vez dos pós- processualistas.
Então, todos os pesquisadores que trabalham com esta temática têm por objetivo compreender um contexto específico, e produzir uma descrição particularizada partindo de pesquisas etnográficas. Sem deixar de levar em consideração a relação dialética entre prática e simbolismo presente no cotidiano de todas as culturas. (P.28)
Os primeiros trabalhos etnoarqueológicos que apareceram sobre a Amazônia, foram em 1876, com Barbosa Rodrigues. Calcado na teoria do “uniformitarismo”, como na geologia.
Por muito tempo, as populações amazônicas foram vistas como limitadas pelo ambiente da floresta tropical. (P.29) Com os estudos de ecologia histórica e as novas abordagens arqueológicas, foi possível perceber que ao invés de limitadas pelo ambiente, as populações vinham transformando e manejando o meio onde viviam e criando paisagens a partir de seus próprios objetivos, percepções e visões de mundo, ou seja,