Estudo dirigido

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CONJUNTURA&
JOSÉ MOURA PINHEIRO

JOSÉ MOURA PINHEIRO*

Cidadania corporativa: um modelo de gestão socioambiental de que é possível prever uma mudança radical no modo de produção capitalista tradicional, baseado no lucro a qualquer custo e no uso predatório dos recursos naturais, para um modo de produção em que, simultaneamente, as empresas aufiram ganhos e contribuam para a preservação ambiental. Conforme Hawken e outros, a mentalidade do sistema capitalista tradicional pode ser assim sintetizada: • O progresso econômico tem melhores condições de ocorrer em sistemas de produção e distribuição de mercado livre em que os lucros reinvestidos tornam o trabalho e o capital cada vez mais produtivos; • Obtém-se vantagem competitiva quando fábricas maiores e mais eficientes produzem mais mercadorias para a venda no mercado em expansão; • O crescimento da produção total (PIB) maximiza o bem-estar humano; • Todo advento de escassez de recursos estimula o desenvolvimento de substitutos; • As preocupações com a saúde do meio ambiente são importantes, mas devem equilibrar-se com as exigências do crescimento econômico, se se quiser manter um alto nível de vida; • As empresas e as forças livres de mercado alocarão pessoas e recursos para o seu uso superior e melhor. A revolução industrial, iniciada na segunda metade do século XVIII, teria estabelecido essa visão de mundo como uma ideologia econômica. Para Hawken e outros, “os últimos dois séculos de crescimento maciço em prosperidade e capital industrial fizeram-se acompanhar de um prodigioso corpo de teorias econômicas que os analisavam, todas baseadas na falácia segundo a qual o capital natural e o humano tinham pouco valor em comparação com o produto final”. Ainda segundo esses autores, no modelo industrial padrão, a criação de valor é apresentada como uma seqüência linear de extração, produção e distribuição, na qual introduzem-se as matérias-primas. O trabalho emprega a tecnologia para transformar tais recursos