Estudo de caso Bulg ria FMI

1698 palavras 7 páginas
BULGÁRIA

O preço de agradar ao FMI
GENOVEVA TISHEVA
PLAMENKA MARKOVA

Desde que foram impostas as políticas de reestruturação e privatização exigidas pelas instituições de Bretton Woods, há mais de dez anos, a estabilidade financeira da Bulgária só tem trazido mais pobreza. As privações causadas pelas mudanças na direção da liberalização do mercado e da entrada na União Européia exacerbaram a necessidade de proteção social. O governo búlgaro deve tentar criar um ambiente competitivo e, ao mesmo tempo, proteger sua população dos danos potenciais dos mercados livres.
Em dezembro de 2001, foi aprovado um memorando preliminar para uma linha de crédito stand by de dois anos, no valor de US$
300 milhões, entre a Bulgária e o FMI. Foi o último de uma série de acordos com o Fundo na última década, com o objetivo de supostamente estabilizar a economia do país. O acordo recente está concentrado nas políticas-chave que o governo búlgaro deve adotar: reduzir a vulnerabilidade do Estado em relação a mudanças atuais e futuras na economia mundial; manter estável o acordo sobre o Conselho da Moeda (currency board); e diminuir a relação entre a dívida externa e o PIB. Essas metas devem ser atingidas com mais liberalização, especialmente no setor de energia. Por conta das exigências do FMI, a partir de 2002, foi fixada uma política de preços de longo prazo, a distribuição de energia foi privatizada e o mercado, liberalizado.
O acordo não exige somente a estabilização financeira, mas também o fortalecimento da competitividade da economia búlgara e a solução de problemas sociais. Embora os parâmetros concretos do memorando final não tenham sido divulgados ainda, e apesar da falta de oportunidades para a participação do público no processo de negociação, é óbvio que o governo teve de fazer muitas concessões.
Por causa das condições impostas pelo FMI, foram abandonadas muitas das promessas sociais feitas nos períodos anterior e posterior às eleições – as eleições nacionais foram

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