Estudo de caso Badaro

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Estudo de Caso

Trabalho apresentado à disciplina

Narrativa Jornalística, ministrada pelo pós-doutor

Bruno Leal, do curso de

Comunicação Social, da Faculdade de

Filosofia e Ciências Humanas da

Universidade Federal de Minas Gerais.

Marina Siqueira Dayrell de Lima

Belo Horizonte
26 de maio de 2014

Primeira parte

O tema abordado por Tarcísio Badaró em seu livro, Sobe e Desce na Guaicurus: Pelas portas de uma zona de prostituição, diz de algo que é, recorrentemente, um objeto de estudo do Jornalismo. Como apontado pelo próprio autor no capítulo "Notas do autor", falar de prostituição está longe de ser uma prática original dentro da Comunicação.
A complexidade e, me arrisco a dizer, a necessidade individual de se chegar à raiz da questão, são os principais fatores que levam estudantes de Jornalismo a se aventurarem pela Guaicurus. Somos fascinados pela zona porque, na verdade, não a compreendemos.

Para uma leitora que, há anos, se interessa por todo o mistério da prostituição, a obra de Tarcísio aparece como uma ferramenta paradoxal. Por um lado, satisfaz algumas curiosidades sobre a Guaicurus e seus personagens. Sem ler o livro, provavelmente, eu teria dificuldades em descobrir, por exemplo, o preço exato dos programas, quanto mais adivinhar que há serviços que chegam a custar um real. Outra surpresa que tive a partir da leitura foi a idade das prostitutas. Nem eu meu imaginário mais fértil conseguiria supor que existem profissionais que beiram os sessenta anos de idade. Também, jamais saberia que, envoltas em processo essencialmente heteronormativo e machista, haveria a existência de prostitutas que se afirmam homosexuais.

Essas três descobertas foram as principais responsáveis por marcar a minha leitura da obra. São novas informações que não só causam curiosidade e espanto mas que, também, provocam reflexões internas acerca de outros temas sociais. Por exemplo, a primeira questão