Estratificação social e estrutura de classes

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL E ESTRUTURA DE CLASSES
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Prof. Fernando Kulaitis
Parte-se do fato de que em todas as sociedades complexas o suprimento total de recursos socialmente valorizados é distribuído desigualmente. Geralmente, a abordagem sociológica busca analisar o conjunto de “estratos sociais” com base na divisão de tais recursos. Esse conjunto forma uma hierarquia social, em que cada estrato reúne indivíduos com a mesma posição social, ou pelo menos em posições sociais semelhantes.
Talvez a forma mais generalizada de compreender a ideia de “estratificação social” seja comparar diferentes tipos de sociedade e a forma como se encontra a divisão dos recursos socialmente valorizados. Por exemplo, seria possível distinguir recursos que são considerados como “vantagens sociais”, que por sua vez caracterizam os estratos sociais. Além disso, o conceito de estratificação social também nos remete à ideia de “mobilidade social”, indicando o movimento de indivíduos que passam da condição de membro de um estrato social para outro, o que por sua vez nos reforça a ideia de hierarquia social.
Tomemos como exemplo as castas na Índia: a hierarquia de estratificação baseia-se em um continuum de pureza étnica, que caracteriza diferentes estratos sociais, as castas. Em uma abstração típica-ideal, esse sistema de estratificação não permite mobilidade social, pois o pertencimento a uma casta se dá pela hereditariedade, que funciona como uma espécie de barreira à ascensão social. Em parte, esse princípio da hereditariedade também pode ser visto na sociedade feudal, em que o pertencimento aos estratos da nobreza, dos senhores feudais e dos vassalos estava diretamente relacionado ao grupo social em que o indivíduo nascia.
Com a emergência das sociedades capitalistas, e com as influências do pensamento igualitário que permeavam o Iluminismo e os ideais da Revolução Francesa no final do século XVIII e início do XIX, o sistema de estratificação feudal foi combatido e novas formas de