Espaço e método
Milton Santos
O espaço deve ser entendido como uma totalidade. Para entender essa totalidade é necessário fragmenta-las o todo para posteriormente reconstitui-lo. Quanto ao espaço sua divisão em partes deve poder ser operada segundo uma variedade de critérios.
Segundo Bertrand Russel apud Santos, de acordo com os teóricos, os elementos seriam a “base de toda dedução”; “princípios óbvios, luminosamente óbvios, admitidos por todos os homens”.
Essa definição equivale o elemento a uma categoria, a expressão categoria sendo tomado no sentido de verdade eterna, presente em todos os tempos, em todos os lugares, e de qual se parte para a compreensão das coisas num dado momento, desde que se tenha o cuidado de levar em conta as mudanças históricas.
Segundo Santos os elementos do espaço seriam os homens, as firmas, as instituições, o chamado meio ecológico e as infraestruturas.
Os homens são elementos do espaço, seja na qualidade de fornecedores de trabalho, seja na de candidatos a isso, trata-se de jovens, de desempregados ou não empregados.
As firmas têm como função essencial a produção de bens, serviços e ideias.
As instituições por seu turno produzem normas, ordens e legitimações.
O meio ecológico é o conjunto de complexos territoriais que constituem a base física do trabalho humano.
As infraestruturas são o trabalho humano materializado e geografizado na forma de casas, plantações, caminhos, etc.
A simples enumeração das funções que cabem a cada um dos elementos do espaço mostra que eles são, de certa forma, intercambiáveis e redutíveis uns aos outros. Essa intercambialidade e redutibilidade aumentam, na verdade, com o desenvolvimento histórico, é um resultado da complexidade crescente em todos os níveis da vida. Desse modo, os homens também podem ser tomados como firmas( o vendedor da força e trabalho) ou como instituição (no caso do cidadão), da mesma maneira que as instituições aparecem como firmas e estas como instituições.
O estudo