Epilinguistica
MILLER, Stela – UNESP
GT: Alfabetização, Leitura e Escrita /n.10
Agência Financiadora: Não contou com financiamento
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo evidenciar a importância das atividades epilingüísticas no processo de aprendizagem do texto escrito.
Entendemos por atividade epilingüística o exercício da reflexão sobre o texto lido/escrito e da operação sobre ele a fim de explorá-lo em suas diferentes possibilidades de realização, uma atividade que se diferencia da atividade lingüística, essencialmente voltada para o próprio ato de ler e escrever, e da atividade característica do plano metalingüístico que supõe a capacidade de falar sobre a linguagem, descrevê-la e analisá-la como objeto de estudo.
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, via de regra, a aprendizagem da escrita de textos tem sido feita de forma desarticulada da aprendizagem da gramática da língua materna, cujo ensino orienta o aluno a realizar exercícios que dão prioridade aos aspectos descritivos dos fatos lingüísticos e cuja abrangência não excede o limite da frase. Dessa forma, a produção textual acaba por não ser afetada pelos estudos gramaticais realizados pelo aluno, ou seja, o aluno não incorpora a ela os conhecimentos metalingüísticos adquiridos pelos estudos de gramática. Não tem sido feita, portanto, a necessária integração entre os dois domínios, ou seja, a atividade de produção de textos (atividade lingüística) e a análise lingüística voltada para a sistematização dos conhecimentos (atividade metalingüística) são ações desarticuladas, não guardando entre si nenhuma relação que possa garantir a compreensão dos conteúdos e procedimentos envolvidos em ambas as atividades.
Cria-se, com isso, um distanciamento entre ambas as atividades, o que dificulta a transferência do conhecimento relativo aos aspectos gramaticais da língua para a realização da tarefa de produzir textos coesos e coerentes, numa conformação