Entrevista Celso amorim

Entrevista do Mês
O presidente do TSE e ministro do STF, Carlos Ayres Brito, defende maior participação da web no processo eleitoral e a utilização de mais tecnologia para impedir fraudes

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, é reconhecido pelas posições de vanguarda que toma em seus votos. Nesta entrevista concedida à revista Visão Jurídica, o presidente do TSE fala sobre a consolidação do processo democrático eleitoral após os 20 anos da primeira eleição direta para presidente da República depois da ditadura militar e confirma o perfil progressista. C arlos Ayres Britto defende, pessoalmente, a liberdade na internet, incluindo doações de campanha. Para ele, a web poderia reverter o formato concentrado de financiamento de campanhas que o Brasil tem atualmente, em que poucos doam muito, aproximando-o do modelo norte-americano, em que muitos doam pouco.

Na linha da modernização do processo eleitoral, Carlos Ayres afirma que o TSE quer implantar em oito anos a identificação biométrica do eleitor, para acabar com as fraudes, e desqualifica a mera inclusão de foto no título de eleitor como solução para o problema. Polêmico, é contra o voto facultativo e o voto distrital em razão da realidade socioeconômica brasileira, mas ressalta que a democracia é o melhor regime possível para a condução de um País. C oncedida antes da aprovação da Lei 12.034/09, a entrevista apenas confirma o perfil progressista do ministro, que solicitou ao Congresso Nacional que não permitisse a volta do voto de papel, que acabou incluído na lei.

Visão Jurídica - Este ano completamos 20 anos da volta das eleições presidenciais, o que significa essa data?
Carlos Ayres Britto - Significa um alento democrático decisivo para a continuidade do processo. A democracia se consolida no tempo. Esses vinte anos são um marco significativo de vivência democrática de ponta a ponta do País sem nenhuma fratura