ensaio - O Anel de Policrates

1174 palavras 5 páginas
Heródoto (480-425 a.C.) é considerado, por muitos, “ o pai da História”, porque se interessa pela investigação e verificação dos vários eventos passados – e é, precisamente esse, o sentido em grego, da palavra história. Heródoto distancia-se dos historiadores modernos, que hoje pretendem fazer da história, uma ciência. O seu objectivo é escrever, no mesmo documento, a história e a lenda, ou seja, adoptar uma narrativa realista contrapondo-a, sempre, com o fantástico e o maravilhoso. Muitas das suas obras exprimem a sua visão triste do homem, como por exemplo “O anel de Polícrates”, inscrito no Livro III da obra Histórias.
Podemos afirmar, antes de tudo, que este conto expressa as limitações da felicidade humana mas também a ilógica caprichosa do destino. Polícrates admite, no seu todo, um conjunto de condições que o fazem merecedor de um lugar de destaque nas Histórias de Heródoto. Isto porque “detinha poder e riqueza”1, governando um império sólido. Em todas as guerras ele era bem-sucedido, conquistando diversas ilhas e cidades do continente. Com todos estes êxitos,
Polícrates tornou-se um rei famoso. “ Confiava na sorte, que considerava uma fiel aliada”2, mas sem perceber, em consequência da sua enorme prosperidade, desencadeou a inevitável inveja divina. Desta forma, o percurso existencial de Polícrates torna-o um paradigma trágico do homem poderoso que mergulha na destruição. “ O tempo de ascensão é sempre curto na narrativa de Heródoto”3.
A amizade de Amásis, alertou Polícrates, “senhor de uma grande fortuna”4, mostrando-se preocupado com o seu destino, face à sua cegueira e inconsciência total da sua sorte e do seu sucesso. É avisado por Amásis de que é necessário encontrar um modo de criar a ficção de sofrimento, através da perda irremediável de algo que muito estime e preze. Tomando em consideração a mensagem do seu amigo egípcio, Polícrates segue para o alto mar e lança nas profundezas marinhas, “como vítima oferecida aos deuses e ao

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