Ensaio sobre a Cegueira
I – INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DA OBRA EM ESTUDO
1.1 Introdução
O Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago é um livro que abala a percepção que temos das coisas. Incomoda, causando tremor sob os nossos pés e ausência de certezas.
Neste romance do Nobel da Literatura, a sociedade atual aparece caracterizada sob vários aspectos. A separação (isolamento dos cegos num manicômio), a violência gratuita (os disparos dos soldados sobre os cegos), o cinismo dos políticos (medidas tomadas para tentar debelar a epidemia de cegueira), o egoísmo (cada cego por si), e algumas outras particularidades.
Trata-se de uma situação em que todas as pessoas ficam cegas e, a partir daí, ninguém sabe conviver, onde ir ou o que fazer, porque o mundo está organizado para quem vê, surgindo então os instintos maus, a necessidade de sobreviver contra os outros.
A identidade não existe a partir de um nome, antes está associada à cegueira que se espalha, onde as personagens são identificadas por outros meios como: pelas profissões que exerciam antes de ficarem cegas, pelas relações de parentesco ou por traços físicos marcantes. Ao assumirem que os nomes são desnecessários no seu relacionamento no manicômio, para onde todos são levados, as personagens deixam implícita a trajetória que terão de seguir, na descoberta dolorosa de si e do outro.
Neste universo, quase todas as personagens temem muito mais a revelação do que realmente são do que a sensação de impotência causada pela cegueira.
Um livro duro que causa um grande um desafio e reflexão nas nossas vidas.
1.2 Obra
Desenvolvida por Hélio de Almeida com relevo de Arthur Luiz Piza.
O relevo é parte importante na capa. Através dele podemos usar o tato, sentido indispensável aos cegos. Nela encontramos pregos distribuídos pelo meio de um retângulo, sendo que apenas um se encontra na parte esquerda superior.
Pelo tato, podemos fazer a leitura da desordem presente no livro, onde os pregos representam as pessoas e apenas uma