Ensaio HIP Moniz

Ensaio com o tópico: Incompatibilidade do modelo económico liberal com o modelo político democrático O modelo democrático surge na consciência política ocidental, sofrendo evoluções constantes até aos dias de hoje. Remontando à Antiga Grécia, a Democracia não era encarada como um sistema político exemplar, mas sim como uma perversão do regime constitucional, pois o domínio das magistraturas era assumido por cidadãos livres e pobres1. O sistema político preferencial na Antiga Grécia tendia a ser o que respeitava a liberdade de actuação das elites intelectuais, ou seja, a aristocracia, sendo a democracia encarada, no domínio positivo, essencialmente como oposição à oligarquia “repleta de males sem conta”2. A Democracia era também encarada como a concentração dos princípios da liberdade e da igualdade, em detrimento da importância das virtudes do Homem, desvalorizando, igualmente, a importância da rejeição dos vícios. A igualdade democrática é assumida como uma anulação progressiva do domínio de classes, um pensamento que irá sofrer mutações e será revitalizado por Karl Marx, no século XIX, contudo não se revela um princípio determinante da consciência de democracia das sociedades actuais.
A Idade Contemporânea, caracterizada pela hegemonia crescente das democracias liberais, é analisada na sua origem por Tocqueville, que irá recair sobre duas vertentes: a formação de Estados com o reconhecimento do modelo democrático (Estados Unidos da América) e a Revolução Liberal como modo de implementar este modelo em sociedades dominadas pela aristocracia ou por uma monarquia absoluta (França).
A democracia europeia pós-Revolução Francesa será encarada como resultado de uma proposta de equilíbrio entre Montesquieu, Rousseau e John Locke, ou seja, entre a separação de poderes, a necessidade de representação da vontade geral e legitimidade do Estado de Direito Natural e reconhecimento da propriedade privada. O conservadorismo de Tocqueville rejeita a ideia de aproximação da