Engenharia no MundOoo

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O Brasil está carente de engenheiros, principalmente no campo técnico – focado na engenharia prática, longe das esferas administrativa, financeira e de consultoria. O país forma, em média, 40 mil profissionais por ano, enquanto a demanda é o dobro disso.

Do total de formandos, apenas um terço atua na parte técnica. O restante, ou monta a própria empresa (e trabalha com consultoria), ou está em áreas mais burocráticas (como a financeira e a administrativa), que, na última década, contrataram muitos engenheiros pagando salários muito atrativos aos novos profissionais.

Hoje o panorama é outro. Com o mercado de infra-estrutura superaquecido, a necessidade de mão de obra técnica aumentou e há dificuldade de encontrar engenheiros recém-formados, assim como senhores, com mais de cinco anos de profissão. Toda vez que a economia cresce, aumenta também o investimento em infra-estrutura, o que logicamente precisa de engenheiros para existir. Se o país não os encontra aqui, vai importar mão de obra de outros países.

Dada a necessidade premente de investimentos na infra-estrutura, o governo Dilma decidiu conceder à iniciativa privada os principais aeroportos brasileiros, e, em seguida, estradas de rodagem e ferrovias.

Não há garantia de que os serviços passem agora a ser realizados com mais eficiência. O mais provável é que custarão mais caro, porque as empresas terão condições de transferir para os usuários suas ineficiências e garantir seus lucros.

Por que, então, a presidente Dilma Rousseff tomou essa decisão? Não foi porque faltem recursos financeiros ao Estado, já que caberá ao BNDES financiar grande parte dos investimentos. Nem porque acredite na "verdade" de que a iniciativa privada é sempre mais eficiente.

Não obstante, foi uma decisão correta, porque falta capacidade de formulação e de gestão de projetos ao governo federal. Ou, em outras palavras, porque faltam engenheiros no Estado brasileiro.

Há advogados e economistas de sobra, mas faltam

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