Eliana Pibemat

2220 palavras 9 páginas
DA SEMIOSE HERMÉTICA.
Releituras da Obra de Umberto Eco

Eliana Pibemat Antoníni

Faculdade dos Meios de Comunícagco Social - Pontifícía Universidade Católica do Río Grande do Sul - Porto Alegre - RS – Brasil

Umberto Eco, ao propor a sua teoria da interpretação, dedica varias reflexões sobre o processo de semiose e, particularmente, semiose hermética. A partir desses pressupostos, o trabalho desenvolve os jogos discursivos que se apresentam em textos ditos fechados, em especial naqueles onde o segredo passa a ser um tópico interdiscursivo.

Quando em O Nome da Rosa, o narrador criado por Umberto Eco fala de um manuscrito encontrado numa livraria em Buenos Aires, livraria esta muito freqüentada por Jorge Luiz Borges, o autor Umberto Eco está remetendo do leitor a um grande jogo. Ao jogo da descoberta do segredo que um texto pode trazer em si e espelhar, ou não espelhar uma verdade.
Discutindo com Barthes, a partir de Crítica e Verdade (1966), Eco propõe que a relação entre obra e leitor seja não só a de uma semiose livre, mas também a de uma construção in aberto. O texto, literário ou comunicacional, é um estímulo que provoca uma resposta no leitor (trabalhos da estética da recepção já repensaram esta problemática: Jauss e Mukarovisky, Vodka, Engels) e esta resposta pode ser construída de várias formas e obter diferentes interpretações.
A teoria da recepção e a semiótica estão ligadas à tradição do formalismo russo e do estruturalismo checo e a ciência atual é impensável sem estar, com ambas, relacionada. Toda mensagem é ambígüa e necessita de um leitor que a produza e a delimite enquanto universo de interpretação.
Partindo destas relações que se estabelecem entre teoria da comunicação/ semiótica/teoria da informação, Eco estabelece vários modelos interpretativos e comunicacionais e sustenta um modelo teórico que representa a estrutura de uma relação fruitiva, apresentando-o como um grupo de relações de fruição entre as obras e seus receptores. Não encara,

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