ELDORADO DO CARAJAS

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O Massacre de Eldorado dos Carajás representou a morte de 19 trabalhadores sem-terra que ocorreu no dia 17 de abril de 1996 no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, decorrente da ação da polícia do estado do Pará. O confronto ocorreu quando cerca de1500 sem-terra que estavam acampados na região decidiram fazer uma marcha em protesto contra a demora da desapropriação de terras, principalmente as da Fazenda Macaxeira. A Polícia Militar foi encarregada de tirá-los do local, porque estariam obstruindo a rodovia PA-150, que liga Belém ao sul do estado. O sociólogo Ubiracy de Souza Braga conta que a ordem para a ação policial partiu do Secretário de Segurança do Pará, Paulo Sette Câmara, que posteriormente afirmaria ter autorizado a força policial atirar se necessário. Dezenove pessoas morreram na hora, outras duas morreram anos depois vítimas das se aquelas, e outras sessenta e sete ficaram feridas. Segundo o legista Nelson Massini, que fez a perícia dos corpos, pelo menos 10 sem-terra foram executados. Sete lavradores foram mortos por instrumentos cortantes, como foices e facões. O comandante da operação, o coronel Mário Pantoja de Oliveira, foi afastado no mesmo dia, ficando 30 dias em prisão domiciliar, determinada pelo governador do Estado Almir Gabriel, do PSDB na época, e depois liberado. O ministro da Agricultura, Andrade Vieira, encarregado da reforma agrária, pediu demissão na mesma noite, sendo substituído, dias depois, pelo senador Arlindo Porto 1. Uma semana depois do massacre, o Governo Federal confirmou a criação do Ministério da Reforma Agrária e indicou o então presidente do IBAMA, Raul Jung Mann, para o cargo de ministro. José Gregori, que na época era chefe de gabinete do então ministro da Justiça, Nelson Jobim, declarou que “o réu desse crime é a polícia, que teve um comandante que agiu de forma inadequada, de uma maneira que jamais poderia ter agido”, ao avaliar O vídeo do confronto. O então presidente Fernando Henrique Cardoso

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