Ejaculação precoce - uma visão psicanalítica

Já em suas primeiras páginas, o livro Cuidado, Escola! (autores/ano) expõe, por meio de charges, de estatísticas e de depoimentos, uma situação de incontestável crise do modelo pedagógico vigente e a conseqüente insatisfação/frustração de pais, professores e alunos em relação a ele. Discutir os problemas da escola moderna, em toda sua complexidade e extensão, bem como as possíveis alternativas ao modelo que esta representa, requer, antes de mais nada, um olhar crítico sobre a sua constituição e desenvolvimento histórico, a sua funcionalidade para a sociedade que a consolidou da forma como a conhecemos e as ideologias subjacentes a sua estrutura. Paulo Freire, em seu texto de Aprestação do livro, ressalta a necessidade desse olhar crítico sobre a história da instituição escolar: “fala-se da crise da escola como se ela existisse desgarrada do contexto histórico-social, econômico, político da sociedade concreta onde atua; como se ela pudesse ser decifrada sem a inteligência de como o poder, nesta ou naquela sociedade, se vem constituindo, a serviço de quem e desservindo a quem, em favor de que e contra que.”

O resgate da história da escola como instituição formal, no entanto, excede a sua própria existência como instituição. O texto nos remete às sociedades tribais pré-coloniais africanas, onde não havia a figura do professor e a educação se dava “a partir da própria experiência e da experiência dos outros”, numa relação indissociável com as demandas práticas da realidade, enquanto “o meio ambiente em seu conjunto era um contexto permanente de formação.” A escola como a conhecemos hoje, começa a se estruturar na Idade Média, quando o saber (ou um pretenso saber) é concentrado, por religiosos em sua maioria, num ambiente segregado do mundo adulto e segregador por excelência – já que se tratava de um privilégio exclusivo dos filhos da Nobreza, meninos que herdariam de suas famílias o comando da sociedade. Na escola da Nobreza valorizava-se o conhecimento