EICHENGREEN, Barry – A Mundialização do Capital.

EICHENGREEN, Barry – A Mundialização do Capital.

3. Instabilidade entre as guerras
O padrão ouro no período que antecedeu a guerra foi sustentado por particular conjunto de circunstâncias políticas e econômicas específicas àquele momento e lugar. A experiência do entreguerras afirma o mesmo. A libra esterlina, que havia se constituído em um ponto focal para a harmonização das políticas monetárias, já não desfrutava de uma posição privilegiada na economia mundial.
Pertencia ao passado a predominância industrial e comercial da Grã-Bretanha. Países como a Alemanha, que haviam sido credores internacionais, estavam reduzidos a um status de devedor e passaram a depender da importação de capital dos EUA para a manutenção do equilíbrio externo.
O padrão ouro no período entre guerras compartilhava poucos dos méritos do funcionamento do sistema antes da guerra. Com a perda da tradicional flexibilidade nos mercado de trabalho e de “commodities”, o novo sistema não era capaz de absorver impactos com facilidade. Uma vez que os governos não tinham como se defender das pressões que reivindicavam estímulos ao crescimento e emprego, o novo regime não tinha credibilidade. Quando o sistema era perturbado, o capital financeiro agora empreendia fugas, transformando uma perturbação limitada numa crise econômica e política.

Cronologia Se a essência do sistema anterior à 1ª GM era o compromisso dos governos em relação à conversão das moedas domésticas em quantidades fixas de ouro e a liberdade para que as pessoas exportassem e importassem ouro obtido de fontes oficiais e outras, com a 1ª GM isso acabou. Os governos promulgaram leis e impuseram normas proibindo exportações de ouro, exceto se autorizadas por licenças. Com a perturbação da arbitragem no mercado de ouro, as taxas de câmbio começaram a flutuar. Esse flutuação era limitada pela aplicação de controles que proibiram a maioria das transações em moeda estrangeira. Para mobilizar recursos para a guerra, as autoridades