edward carr
Edward H. Carr, autor do livro "Vinte Anos de Crise 1919-1939", é britânico e cresceu em plena era Vitoriana, período de prestígio britânico no sistema internacional, posteriormente presenciando seu declínio. O autor interrompe seus estudos no inicio da I Guerra Mundial e ingressa na carreira diplomática, participando da Conferência de Paz de Versailles junto a delegação de seu país.
Anos depois, em 1936, Carr escreve o livro comentado nesta resenha "Vinte Anos de Crise". No decorrer da II Guerra Mundial, tornou-se editor adjunto do 'The Times', retornando a vida acadêmica alguns anos após o término da mesma. O autor passa, então, além de lecionar, a escrever sobre o seu interesse de momento, a expansionista União Soviética, e esses escritos resultam em volumes excepcionais sobre o assunto. De qualquer modo, ao tratar de Edward H. Carr, rapidamente, a obra tratada aqui foi e é a que mais se associa ao escritor.
A obra "Vinte Anos de Crise" não é exatamente uma obra teórica, no entanto, uma interpretação do período entre guerras de 1919-1939. O objetivo da mesma é a explicação da instabilidade existente no período, além de propor uma nova ordem internacional segundo sua vivência. Sua obra clássica no campo das Relações Internacionais evidencia sua observação do meio em que vivia.
Acredita-se que apesar de não ser uma obra exatamente teórica, porém, um relato do período e a explicação de fatos ocorridos, Edward Carr mostra grande competência ao analisar o pós I Guerra Mundial e visualizar a incapacidade do idealismo proposto, ainda mais, propondo a visão realista dos ocorridos, sendo esta obra um marco desta corrente teórica nas Relações Internacionais.
O foco do autor, em sua análise, está em desconstruir as bases utópicas e idealistas de um momento histórico em que a moral, seja na esfera da política internacional, na solução para litígios ou entre outros assuntos, é uma falácia, ou seja, defasada ao que