Educação

Resenha do Livro: Representações culturais

O subsidio fundamental de Chartier para as pesquisas que tem por objetivo resgatar elementos culturais do passado acontece pela reflexão que o autor faz da história tendo como referência as práticas e as representações. Chartier constitui essas duas perspectivas como maneiras de observar, pensar e investigar a relação existente em um contexto social. Nesse sentido, o conceito de representação está pautado pelos interesses de determinados grupos que os domina por certo período histórico, produzindo assim como cada fato é elaborado e explicado. De acordo com Chartier, a visão sobre o conceito de representação deveria ser percebida da seguinte maneira: sobre as representações que os grupos modelam deles próprios ou dos outros, afastando-se, portanto, de uma dependência demasiado estrita relativamente a historia social entendida no sentido clássico, a historia cultural pode regressar utilmente ao social, já que faz incidir a sua atenção sobre as estratégias que determinam posições e relações e que atribuem a cada classe, grupo ou meio um «ser- apreendido» constitutivo da sua identidade. Deste modo, a noção de representação pode ser construída a partir das acepç6es antigas. Ela e um dos conceitos mais importantes utilizados pelos homens do Antigo Regime, quando pretendem compreender o funcionamento da sua sociedade ou definir as operações intelectuais que lhes permitem apreender o mundo. (CHARTIER, 2001.p.23/24)

Ao procurar trabalhar com a concepção de representação, Chartier argumenta sobre a distinção que sua abordagem, que no caso é a história cultural, tem da história social. Essa diferenciação acontece, de acordo com o autor, pelo fato da história cultural conseguir atingir novos campos de investigação, como por exemplo, as relações existentes entre determinado grupo, fato que não era possível apenas com a análise realizada pela história social. Pensar sobre a história