Educação popular em saúde da mulher em terreiros de umbanda

A EDUCAÇÃO POPULAR EM SÁUDE DA MULHER EM TERREIROS DE UMBANDA
Antonio Cheslem de Souza; Daiana Clara Bueno S. Brandão; Laio Santana Passos
INTRODUÇÃO
As relações culturais permeiam as práticas em saúde. Prova disso, é que cada população possui maneiras específicas de lidar com as enfermidades que lhes são próprias. No âmbito da sexualidade, essa ligação é ainda mais evidente. Para muitos grupos, discussões nesse sentido ainda se configuram como tabu.
O Brasil é um país miscigenado, onde existe um sincretismo enorme entre os distintos segmentos. A despeito disso, persiste uma desigualdade velada. O caso da população negra é exemplo. Doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, ainda são mais prevalentes nesse grupo. A causa apontada é principalmente o menor acesso a ações educativas em sexualidades. Os ainda altos níveis de analfabetismo e menores indicadores sócio-econômicos corroboram para isso.

METODOLOGIA
Acadêmicos de medicina da Universidade Federal do Piauí, pertencentes a um grupo de extensão em saúde pública, visitaram no dia 8 de novembro de 2011 um terreiro de Umbanda no Bairro Monte Verde em Teresina. A intenção inicial era promover uma roda de conversa com a população local acerca de saúde preventiva.
RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
No desenvolver do debate, ficou evidente que a questão sexual assumia aspectos singulares naquele segmento social. O grupo era composto por 20 mulheres, cuja faixa etária variava de 10 a 60 anos. Inicialmente, chamou a atenção dos estudantes a gestação de duas jovens de 12 e 14 anos. Ao serem questionadas sobre o conhecimento de métodos contraceptivos, as jovens relataram um contato eventual com os mesmos, mas evidenciou-se que desconheciam os riscos de uma relação sexual desprotegida. A conversa então assumiu um caráter educativo, procurando conscientizá-las de tais perigos.
A discussão sobre menopausa também revelou resultados surpreendentes. Algumas mulheres jovens desconheciam completamente o processo