EDUCANDO CORPOS, PRODUZINDO A SEXUALIDADE “NORMAL” – GUACIRA LOPES LOURO

EDUCANDO CORPOS, PRODUZINDO A SEXUALIDADE “NORMAL” – GUACIRA LOPES LOURO
As experiências dolorosas de Philip R. D. Corrigan, embora muitas vezes diferentes das de Guacira Lopes Louro, foram a base para o conteúdo apresentado a respeito da “pedagogia da sexualidade”. Segundo Corrigan, Nas escolas, os corpos “são ensinados, disciplinados, medidos, avaliados, examinados, aprovados (ou não), categorizados, magoados, coagidos, consentidos...”. Ele foi vítima de uma “educação” medida pela força física, onde os fracos não têm vez. No caso da autora, sua infância e adolescência foram numa escola pública, brasileira e predominantemente feminina. Embora o método de ensino também incluísse em seu conteúdo o estudo das artes, eles eram obrigados a suportar o cansaço e a prestar atenção ao que professores diziam; utilizar códigos para debater; e empregar gestos e comportamentos adequados e distintivos. O propósito dessas instituições escolares era formar cidadãos civilizados e adequáveis à sociedade.
Esse padrão formal utilizado para educar os alunos, acabava afastando-os daquilo que aflora na adolescência e sua abordagem deveria ser imprescindível no ambiente escolar: a sexualidade.
O capítulo continua a abordar a sexualidade feminina e masculina desde o início – a puberdade – até às memórias que ficam gravadas nos adultos que sofreram algum tipo de trauma por não terem vivenciado esse início de forma correta, coerente, seja por causa da intervenção familiar, religiosa, ou escolar.
A questão da homofobia também é tratada no texto. Para os homossexuais, nos ambientes onde não há lugar para a diversidade, o que resta é o silêncio, a dissimulação ou a segregação.
Os discursos sobre a sexualidade continuam se modificando e se multiplicando. Novos tipos de intervenção social e política são inventados. Hoje em dia, renovam-se os apelos conservadores, buscando formas novas e eficientes de interpelar os sujeitos e engajá-los ativamente na recuperação de valores e de