Economia ancestral

Diplomacia com a Geórgia e os Acordos de Genebra

Devido ao poder de veto de cada um dos membros do GT criado para a adesão da Rússia à OMC, o último entrave neste processo prendia-se com a tensão diplomática entre a Rússia e a Geórgia . As relações entre estes dois Estados nunca foram pacíficas, contudo, em 2006, as tensões diplomáticas entre ambos conheceram uma escalada, após a captura de espiões russos no território georgiano. O governo de Moscovo, como forma de retaliação, proibiu as importações de vinho, de água mineral e de vegetais provenientes da Geórgia, alegando problemas sanitários, proibindo ainda os fluxos bancários (Tarr, 2007:18), bloqueou as vias de comunicação, além da extradição de cidadãos georgianos que viviam na Rússia (Bezhuashvili, 2006b). Estas sanções foram um artifício de diplomacia de acção segurança (dominante política) importante, pois, como um dos principais parceiros comerciais de Tbilisi, a pressão obrigaria a Geórgia a libertar os militares capturados, além de Moscovo conseguir os seus objectivos geopolíticos.
Como forma de retaliação a este facto, em Julho de 2006,o governo georgiano, nas palavras do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Gela Bezhuashvili, decidiu revogar o acordo bilateral assinado com a Rússia a 28 de Maio de 2004 (Bezhuashvili, 2006.a), opondo-se, ainda, à agenda dos encontros multilaterais, bloqueando as reuniões do Grupo de Trabalho sobre a adesão da Rússia à OMC (Tarr, 2007:12). A importância da sua posição negocial, no seio da OMC, permitiu que a Geórgia ganhasse uma arma institucional para promover os seus interesses económicos e políticos junto de Moscovo.
Um grande avanço neste processo ocorreu quando, em Fevereiro de 2008, a Rússia concordou pela primeira vez discutir a questão das fronteiras da Abcásia e da Ossétia do Sul (regiões separatistas do governo de Tbilisi – ver anexo 5), no contexto da sua adesão à OMC. No início de Abril, desse ano, a Rússia anunciou o reatamento das circulações