Década de 30

1538 palavras 7 páginas
Súditos ou cidadãos?
Josep-Maria Terricabras

1. A história está diante de nós
Cícero definiu a história como a mestra da vida. Certamente, o estudo da história é uma grande fonte de conhecimento. De fato, conhecer a história – pelo menos, a própria – é imprescindível para qualquer cidadão informado, reflexivo e culto. Mas podemos aproximar-nos da história de diversas formas: conforme o façamos, pode iluminar-nos; de outro modo, pode nos ofuscar. Gostaria, então, de advertir contra duas formas de interpretar a história que têm bastante aceitação, mas são errôneas.
a) Alguns interpretam a história como se nela se produzisse uma constante decadência. Pensam que, no passado, já ocorreram as formas mais superiores da vida em comum e que toda a história da humanidade, desde o princípio, não tem sido mais que a história de uma queda, de uma decadência; a esta visão idílica poderíamos chamar de visão paradisíaca das origens: como se os humanos tivéssemos sido expulsos daquele paraíso e não pudéssemos voltar jamais a ele sem que um messias viesse a remediá-lo.
b) A segunda visão é oposta àquela: é defendida pelos que pensam ser as origens difíceis, primitivas, e que a humanidade se encaminha de forma lenta e complexa, mas também constante e inevitável, até uma meta cada dia mais atingível. Se a primeira era a visão pessimista de um paraíso que entrou em crise e decadência, esta segunda é a visão otimista de uma humanidade que se encaminha até seu Eldorado, cada dia mais próximo.
As duas visões me parecem ingênuas e pouco respeitosas para com a história real dos homens, que tem sido sempre uma mescla muito difícil de separar entre o avanço e o retrocesso, ou, se quiserem, entre o progresso e o regresso. É certo que hoje a visão progressista da história entrou em uma crise profunda e são poucos os que se atrevem a proclamá-la sem matizes. Em um momento histórico como o nosso, de exploração econômica e social, e de incerteza política, em um momento de crise terrível

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