Durkheim

Emile Durkheim, em sua obra ‘’O Suicídio’’, aborda o fato como algo que não é supérfluo, simples e de fácil entendimento, como se parece pela frequência do uso da palavra. O sentido desta (e de todas palavras de língua corrente) e seu conceito seriam sempre ambíguos e aquele que estudassem e explorassem como a utilização dos mesmos são feitos recorrentemente, cairiam em contradições, confusões. Segundo Durkheim, a compreensão e os conceitos dessas palavras, (e no caso, a palavra suicídio) são em geral pouco limitadas, variando então de caso para caso, conforme a necessidade do discurso situação, e que a crença de classificação de que eles são o produto, não provém de um estudo, uma análise metódica, mas apenas mostra as impressões errôneas da massa. O que ocorre é que com grande frequência, fatos desiguais são caracterizados de uma mesma forma, como se fossem iguais, ou realidades iguais são reunidas como provenientes de naturezas distintas, recebendo rótulos, nomes diferentes. Desta maneira, Durkheim afirma:
‘’Assim, aquele que se deixa conduzir pela acepção recebida corre o risco de distinguir o que deve ser confundido ou de confundir o que deve ser distinguido de desconhecer portanto o verdadeiro parentesco das coisas entre si e, por conseguinte, de se enganar sobre a natureza destas.’’
Dentro dessa perspectiva, o autor segue adiante dizendo que só pode-se alcançar explicações verídicas através de comparações. A ciência só pode atingir seu fim por meio de fatos comparáveis, e tem possibilidade maior de conseguir resultado satisfatório quando ter certeza de ter reunido todos os fatos uteis para comparação.
Porém, o estudioso não pode considerar como objetos de investigação os fatos já formados, já constituídos, a que fariam correspondências às palavras de língua corrente. Ele mesmo, para que o resultado seja então legítimo, deve constituir os grupos que pretende estudar, e dar a eles homogeneidade e especificidade para serem usados no campo científico.