Duque de mitar

790 palavras 4 páginas
ENREDO
A primeira cena antecipa o fim do livro, o que reforça a unidade da obra: Martim e Moacir deixam a costa do Ceará em uma embarcação, quando o vento lhes traz aos ouvidos o nome de Iracema.

No segundo capítulo, a narrativa retrocede no tempo até o nascimento de Iracema. A personagem é então apresentada ao leitor: “Virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira”. A índia é descrita como uma linda e excelente guerreira tabajara, “mais rápida que a ema selvagem”. Por isso mesmo, sua reação ao avistar o explorador Martim é desferir-lhe uma flechada certeira. Essa é também uma referência à flecha de cupido, já que, desde o primeiro olhar trocado pelos personagens, se percebe o amor que floresce entre os dois.

Martim desiste de atacar a índia assim que põe os olhos nela. Iracema, por sua vez, parece atirar a flecha por puro reflexo, pois logo depois se arrepende do gesto e salva o estrangeiro, levando-o até sua aldeia.

Martim é recolhido à aldeia pelo pajé Araquém, pai de Iracema, e apresenta-se a ele como um aliado de seus inimigos potiguaras que se perdera durante uma caçada. O pajé o trata com grande hospitalidade e garante hospedagem, mulheres e a proteção de mil guerreiros.

Iracema oferece mulheres a Martim, que prontamente as recusa e revela sua paixão por ela. O amor de Martim é cristão, idealizado. O de Iracema também, mas por motivo diverso: ela guarda o segredo da jurema, por isso precisa manter se virgem. Esse é o estratagema que Alencar utiliza para transpor o amor romântico europeu às terras americanas. Uma índia, criada fora dos dogmas cristãos, não teria motivos para preservar sua virgindade.

AMOR PROIBIDO
As proibições reforçam ainda mais o amor entre a índia e o português. São as primeiras de muitas provações que tal união terá de enfrentar. Em linhas gerais, o romance estrutura-se no embate entre tudo o que une e o que separa os dois amantes.

Irapuã é o

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