Drogas
Há poucos meses a ONU divulgou um relatório acerca do consumo de drogas ilícitas no mundo durante o ano de 2007. Concluiu-se que 208 milhões de pessoas, ou 4,8% da população adulta do mundo, usaram drogas ilícitas pelo menos uma vez naquele ano. Apurou-se, ainda, que aqueles usuários classificados como dependentes químicos correspondiam a 26 milhões de pessoas, ou 0,6% da população. E, finalmente, divulgou-se que 200 mil pessoas morreram no mundo durante o ano de 2007 em função do uso de drogas ilícitas.
Por conta deste quadro chocante movimenta-se, e como, o aparato estatal. No mundo inteiro lá estão as autoridades à cata dos traficantes, cujas capturas passou a ser prioridade em nossas políticas de segurança pública.
Há poucos dias li que em nosso planeta morrem três milhões de pessoas a cada ano, algo em torno de seis por minuto, em decorrência do fumo. A Organização Mundial de Saúde prevê que, se nada for feito, em 2020 o vício do cigarro levará mais de 10 milhões de pessoas à morte por ano.
O pior é que o tabagismo não mata só os viciados (sim, viciados, dada a dependência química que o fumo induz), mas também quem está perto dele. E estas vítimas involuntárias não são poucas segundo a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo passivo é considerada a 3ª maior causa de morte evitável no mundo.
O problema do cigarro é tão grave que, segundo um estudo divulgado pela revista Newsweek, só nos Estados Unidos ele acarreta 420 mil mortes por ano, ou 50 vezes mais que o número de mortes causadas naquele país pelo uso de drogas ilegais.
Diante destes números, fica difícil de entender a lógica da política mundial de combate ao uso de substâncias tóxicas. De toda sorte, segue firme a indústria do fumo, que já tem 1,1 bilhão de clientes que garantem um faturamento anual de US$ 285 bilhões. Só no Brasil o faturamento desta atividade chega a US$ 4,5 bilhões, e o número de clientes a 35 milhões.
O cigarro não é a única droga legal