DPS QUE O SINAL TOCA

DEPOIS QUE O SINAL TOCA

Estava atrasada, como sempre. Nenhuma novidade, havia demorado muito tempo anotando as questões do quadro e quando me dei conta nem sequer o professor estava mais dentro de sala. Saí correndo pensando no quanto teria que ouvir minha professora de ballet gritando comigo por ter atrasado pela décima vez. Só ouvia o barulho dos meus chinelos batendo no chão daquele corredor quilométrico, não havia mais ninguém e quando finalmente cheguei na saída algo chamou minha atenção. Não sabia o que era mas já me cheirava estranho a escola estar tão vazia. Meu telefone tocou. Levei um susto e olhei rapidamente para baixo, era minha mãe. Foi aquela conversa de alguns minutos perguntando por que ainda não estava na minha aula de dança e quando desliguei, alguém me encostou por trás.
- O que você ainda está fazendo aqui? – Perguntou Felipe, menino do terceiro ano da minha escola, com um olhar extremamente culpado.
Fiquei levemente assombrada de primeira mas expliquei o meu atraso e para onde estava indo, quando Felipe respondeu bruscamente:
- Então, ande logo. Sem entender muito bem, fui andando desconfiada para o ponto de ônibus, até ouvir um grito. Olhei para trás, não via nada. Instantaneamente fiquei arrepiada e senti meu coração acelerando. Perguntei para o jardineiro que segundos depois saía de dentro do pátio, se havia visto algo que o chamou atenção nas últimas horas. Foi quando me informou que mais cedo, depois que o último sinal tocou, uns cinco meninos entraram dentro da quadra de futebol. Não sabia bem o que fazer, ir embora era tudo que eu não faria, fui então andando devagarinho até a janela da quadra e via por volta de quatro meninos rindo e sussurrando baixinho. Até quando, todos saíram pela porta dos fundos que eu enxerguei muito de longe que havia alguém deitado no chão, ferido. No momento em que comecei a entender toda aquela situação, não sabia pra quem correr. Fui diretamente ajudar o menino, para descobrir que era