DISSERTA O COM PREDOMIN NCIA CR TICA

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DISSERTAÇÃO COM PREDOMINÂNCIA CRÍTICA
A IDADE DA HUMILHAÇÃO

É claro que a corda sempre se rompe do lado mais fraco, mas para tudo existe um limite que, quando ultrapassado, causa-nos espanto, revolta e vergonha. Até quando, nesse país, o aposentado será visto pelas autoridades como um cidadão de quinta categoria, sobre o qual podem recair todo tipo de infâmia?
Não é segredo pra ninguém que o salário do aposentado sempre esteve abaixo de suas necessidades básicas. Ao longo dos anos, temos visto os indicadores financeiros apontando uma significativa queda do valor real recebido por esta categoria. Muito embora a constituição tenha garantido o recebimento do mesmo numero de salários mínimos daquele da data de cada aposentadoria, é de causar vergonha o que fez o primeiro governo eleito pelo povo, após o período de exceção, a medida provisória que desvinculou os rendimentos dos idosos do salário mínimo pago aos trabalhadores em atividade. Isto sem falar do confisco dos ativos financeiros daqueles que economizaram durante toda uma vida. Os que viram jamais esquecerão as enormes filas de idosos que se comprimiam a duras penas das agências bancárias, quando o governo, atendendo a inúmeros pedidos, resolveu liberar o dinheiro de seu país, avós e bisavós até então esquecidos no emaranhado de cálculos e fórmulas deste processo tão demorado.
Exatamente como uma peteca, envolvido por uma sequência de informações contraditórias, o aposentado brasileiro tem vivido muito mais de promessas do que de pão. Levando em conta os valores da ética cristã e a civilidade própria das sociedades que alcançaram o mínimo de desenvolvimento, questionamos nossos valores, ao compararmos a situação desses idosos com a dos velhos em algumas aldeias indígenas do passado que não conseguiram mais prover seu sustento e eram levados a um lugar distante da tribo, para encontrarem a morte.
Resta saber por quanto tempo mais o aposentado e o indigente estarão no mesmo patamar, depois de árduas décadas

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