Direito e Literatura

DIREITO E LITERATURA

A narração é um dos gêneros literários mais fecundos. Se o texto narrativo não consegue atingir seus objetivos de informação, aprendizado ou entretenimento perde todo o seu valor. Esse tipo de texto é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito.
A literatura é forma de humanização do sujeito. A literatura transforma o sujeito em pessoa melhor, mais solidário com os sofredores ou perseguidos: ao ler, nos colocamos na pele de outras pessoas, conduzindo à identificação do leitor com as personagens e as cenas, fazendo-nos pessoas mais sensatas, experientes e justas. Essa grande literatura, diferente da literatura de massa, alienadora, promove o desenvolvimento intelectual, o sentido ético e um olhar mais aguçado sobre a realidade.
Direito e literatura se inter-relacionam no instante em que ambos tem como foco a realidade: a literatura permite refletir acerca do fenômeno social a partir da verossimilhança, enquanto o direito postula disciplinar as ações em sociedade.
O ensino jurídico concentra-se em técnicas, em teorias que fundamentam o direito, sendo direcionada exclusivamente para o campo jurídico. A literatura contribui para dar visibilidade a outra dimensão do conhecimento que não é abordado nos métodos pedagógicos, ou seja, uma obra literária que tem como tema um conflito judicial, dá visibilidade a personagem do universo jurídico. Além disso, a familiarização de uso de estratégias argumentativas por acusação e defesa em embates discursivos no âmbito literário torna-se uma possibilidade a mais de reflexão sobre o universo jurídico.
A literatura como argumento para o direito é uma forma de promover uma impressão mais direta da vida social no discurso podendo gerar, desse modo, mais conexões, empatia e fortalecimento da própria identidade.