Diferenciais intra-urbanos de mortalidade em belo horizonte, minas gerais, brasil, 1994: revisitando o debate sobre transições demográfica e epidemiológica
O notável crescimento da população brasileira, mostra com clareza as fases da transição demográfica em um cenário acelerado, em função do declínio da mortalidade e da manutenção da fecundidade em um patamar extremamente alto e, também o declínio do ritmo de crescimento da população. Não resta dúvida que são grandezas consideráveis, podendo despertar, nos mais desavisados, a velha expectativa de uma “explosão demográfica”. Certamente, a população brasileira seria substancialmente maior do que a de hoje, não fosse à queda acentuada da fecundidade. Devem ser lembradas as consequências decisivas das mudanças na estrutura etária para a sociedade e a economia. Numa sociedade onde predominavam os jovens, fecundidade alta e famílias grandes, uma idade mediana baixa e a esperança de vida menor do que sessenta anos é muito diferente daquela que se estrutura a partir do acelerado e generalizado declínio da fecundidade. A transição demográfica no Brasil, como foi visto, ao contrário daquela dos países mais desenvolvidos, tem sido rápida e generalizada e a sociedade brasileira, sem dúvida, já está sentindo o seu impacto. Cresce rapidamente o peso relativo dos idosos, as famílias estão ficando cada vez menores e com arranjos sociais extremamente diversificados, a longevidade da população tem aumentado velozmente e a população em idade ativa ainda permanecerá crescendo nas próximas décadas.
Como no caso das mudanças no tamanho da população, um ponto fundamental a ser levado em consideração é o fato de que as mudanças na estrutura etária ocorrem de forma desigual entre os diferentes estados e regiões do país, assim como entre os diferentes níveis de renda da população. Em outras