Diaspora

Maria Fernanda Pereira Marcelino 8º. Termo mat. 45562
Professor: Dr. Jaime Rodrigues História Noturno
Avaliação da UC: Experiências de africanos na diáspora: o contexto americano (sec. XVI ao XX)

1. Jaime Rodrigues afirma, em De costa a costa, que as rebeliões de cativos a bordo dos navios negreiros poderiam ser mais comuns do que a documentação pertinente sugere. Posicione-se frente à questão e disserte sobre as possibilidades e os recursos do historiador ao lidar com um tema o qual as fontes são limitadas.

A quem se interessaria em registrar as agruras de pessoas que, no olhar dos traficantes e outros envolvidos na captura, compra e venda de cativos, não tinham sequer o status de seres humanos? Reduzidos à condição de mercadoria os negros escravizados eram transportados aos milhares para alimentar, com sua força de trabalho, as lavouras pelo mundo afora, em especial para a América.
As poucas fontes existentes normalmente partem do lado do escravizador, e muitas vezes não falam claramente de conflitos, resistências, estratégias de sobrevivência, mas de mecanismos de controle e repressão para ameaças de sublevações.
Em grande parte do continente africano a escrita não foi o principal meio de comunicação e transmissão de informações, mas sim a oralidade. Por não usar a escrita, durante muito tempo o continente africano carregou o estigma de atrasado e bárbaro.
Ainda que esse pensamento mantenha suas expressões, a história da áfrica passou a ser estuda com outros parâmetros que levam em conta essa peculiaridade. A oralidade deixou de ser sinônimo de atraso e ganhou uma metodologia própria de pesquisa e registro. Diante desse fato, é possível compreender a existência de pouca documentação produzida pelo traficado, sujeito central da escravidão, sendo um desafio para os historiadores reconstruir a história reatando laços rompidos por esse silêncio histórico.