Diabetes Melittus e Insipidus
Hoje sabemos que a patologia crônica mais democrática que acomete a população mundial é o diabetes mellitus (DM), pois ocorre em todas as classes sociais, raças e em ambos os sexos, indistintamente. Como se isso não bastasse, o DM está entre as doenças mais impactantes e fragilizantes em termos de quantidade e principalmente da qualidade de vida, pois é líder mundial como causas de cegueira, diálise, amputação não traumática de membros inferiores e problemas nos nervos periféricos como dores severas e úlceras nos pés (neuropatia diabética).
A prevalência de DM no mundo vem aumentando em proporções assustadoras. Nos próximos 20 anos, estima-se um aumento de 54% na prevalência de DM entre adultos no mundo (de 284 milhões em 2010 para 438 milhões em 2030), segundo dados oficiais da Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em inglês). Esse aumento está bem acima do crescimento esperado para a população mundial de adultos (entre 20 e 79 anos) nos próximos 20 anos: de 4,3 bilhões para 5,6 bilhões, ou seja, um aumento de 25%.
A perspectiva para a América Latina é bem pior do que para a média mundial, pois o aumento será assustador, cerca de 65%, saltando de 18 milhões de adultos com DM em 2010 para 29,6 milhões em 2030. Ora, o Brasil representa em torno de 70% desses atuais 18 milhões (ou aproximadamente 12 milhões de indivíduos diabéticos) e dados recentes mostram que, de 1996 a 2007, houve um crescimento de 10% na mortalidade por DM em nosso meio, enquanto a mortalidade cardiovascular diminuiu gradativamente 26%.
Já em relação aos gastos com DM na América Latina, a situação não é menos crítica: estima-se que haverá um aumento de 60% nos próximos 20 anos, passando dos atuais U$ 8,1 bilhões/ano para U$ 13 bilhões/ano em 2030 (dados da IDF – 2010). Os custos em longo prazo do tratamento do DM e de suas complicações (infarto, derrame, cegueira, diálise, amputação e neuropatia) bem como o impacto negativo na produtividade laboral (absenteísmo e