Descolonização na áfrica e na ásia
Os milhões de mortos e as perdas materiais incalculáveis não foram a única herança deixada pelo maior conflito que a humanidade conheceu, a Segunda Guerra Mundial. Ao contrário, o término das hostilidades serviu como marco inicial de um processo que pautou as relações internacionais ao longo da segunda metade do século 20, a chamada Guerra Fria.
O historiador Maurice Crouzet, na obra História Geral das Civilizações, afirma que "desde o fim das operações militares na Europa e na Ásia, as desconfianças se agravam, os mal-entendidos, as suspeitas se acumulam de parte a parte: as oposições entre os aliados se aprofundaram e culminaram, em alguns anos, em um conflito que, em todos os domínios, salvo o das armas, assumiu o caráter de uma verdadeira guerra: é a Guerra Fria".
Na verdade, essa rivalidade encontra suas origens já no processo que levou ao fim da Segunda Guerra Mundial. Ela é fruto da bipolarização que se abriu, com o crescimento da União Soviética, verdadeira vencedora da guerra, o declínio da França, da Inglaterra e da Alemanha, e a consolidação dos EUA como única potência capitalista, capaz de fazer frente ao poderio soviético.
Já nos tratados e Yalta e Potsdam, ao final da Segunda Guerra, os marcos dessa bipolarização estavam definidos. A divisão da Europa, em áreas de influência soviética e capitalista, apontava para uma realidade que os anos seguintes apenas confirmaram: a do confronto ideológico, político, militar e estratégico entre as duas superpotências.
A URSS e o Exército Vermelho
Cabe lembrar que a vitória da URSS na Segunda Guerra deu a esse país uma estatura invejável. Ante uma Europa destruída, a URSS emergia como a grande potência continental. Mais do que isso, sua vitória sobre os nazistas fora acompanhada de um avanço de suas tropas, o Exército Vermelho, o qual, ao derrotar os exércitos alemães nos vários países da Europa do Leste, ia impondo governos socialistas a esses