DESCARTES, RENE. Discurso do Metodo.

DESCARTES, RENÉ. Discurso do Método. Tradução: Guinburg, J.; Prado, JR. 3ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

"(…) o pouco que aprendi até agora não é quase nada, em comparação com o que ignoro, e que não desespero de poder aprender"(Descartes, 1983, p.66)

No Discurso do método, Descartes apresenta seu método de investigação afirmando que este lhe pareceu o melhor caminho para alcançar o conhecimento. Ressalta que admirava a matemática, pois esta era uma ciência das certezas, todavia, quanto às ciências que se fundamentavam na Filosofia, não via nelas solidez. Porém, é justamente quando abandona as certezas e atenta para a dúvida, que se lhe torna possível a formulação do método.
Sugere ter aprendido a questionar o que aprendera pela via do costume e explicita claramente que sua intenção é mostrar seu método como modelo, porém, aponta que a resolução de renunciar as opiniões as quais outrora se deu crédito é uma tarefa ousada e, nesse sentido, ressalta que não rejeitou prontamente as opiniões que aprendera sem que antes estas passassem pelo crivo da razão.
Seu método se constitui de quatro regras fundamentais ou preceitos, que até mesmo em virtude da diminuta quantidade, não se pode negligenciar nenhum deles. Cada um diz respeito a uma etapa do método. O primeiro tem como pressuposto a dúvida, esta é o gesto inaugural para aquele que deseja empreender uma investigação. Trata-se de não acolher como verdade algo que não se apresentasse clara e distintamente ao espírito. O segundo preceito corresponde a dividir no máximo de partes possíveis, de forma que, se tornasse o mais fácil de resolver. Em seguida a este, o terceiro preceito corresponde ao movimento oposto, que é o de recompor essas partes das mais simples as mais complexas supondo, para tanto, uma ordem não natural. O último preceito consiste em enumerar e revisar até que nada seja omitido.
Descartes afirma que seu método lhe permitiu, a partir de quatro regras, descobrir várias outras e que a