Debaixo do Bloco

Introdução

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1 – Pilotis do Bloco D – SQN 107.

Introdução

“Desce aí, tá todo mundo debaixo do bloco...”

As propostas urbanísticas da arquitetura moderna sofreram várias críticas e protestos quanto à qualidade do ambiente urbano que vinha sendo produzido. Criticava-se os empreendimentos, tanto quanto o impacto na vida das comunidades (DEL RIO,
1990). Entretanto, os habitantes foram se adaptando como dava às novas situações impostas pelos planejadores. As diferentes apropriações do espaço construído produziram na arquitetura moderna algumas surpresas. Os espaços urbanos convertidos em espaços vazios não deram aos moradores outra alternativa senão a de realocar suas atividades do cotidiano.
Um dos lugares perdidos do urbanismo moderno é o lugar da rua. Na cidade tradicional (a cidade produzida sem os paradigmas modernos) a rua é o lugar definidor de um determinado território dentro da cidade, é o primeiro lugar público fora do limite da casa, uma rua é um universo de múltiplos eventos: encontros, trabalhos, jogos, sedes da turma, pontos e territórios. (BRIGGS, in SANTOS, 1985). A rua cedeu lugar às grandes vias de circulação, e as atividades, que continuaram a acontecer, foram procurar outros lugares.
Nessa nova cidade, feita para os carros, onde as fachadas parecem painéis sem profundidade, aparece um espaço que, apesar de ter sido criado pelo modernismo para ser mais um lugar destinado à circulação, substitui, com a sutileza que lhe é
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atribuída, o cenário da rua e se transforma num lugar arquitetônico. Este espaço na cidade moderna é o pilotis.
Pilotis é o “termo francês para o conjunto de pilares que suportam um edifício levantando-o assim ao nível do primeiro pavimento e deixando livre o térreo” (PEVSNER, 2001). Os pilares são os protagonistas formais e estruturais da arquitetura moderna capazes de potencializar o desenvolvimento de áreas vazias e de possibilitar que apareçam espaços totalmente banhados de luz onde a