Dança circular

1.0. Resumo Articulando dança e educação, o presente fala de possibilidades. Tomando os processos educativo-formativos do educando como foco mobilizador, apresenta e discute conteúdos fertilizados no contexto de uma pesquisa realizada e desenvolvida por meio de dança em roda. Na relação constituída entre a experiência com uma específica forma de dança – a dança circular -, e a reflexão sobre a formação de alunos integralmente, foram identificados alguns núcleos temáticos para análise. Entre eles, destaca-se a necessidade de contemplar, nessa jornada de formação, a dimensão estética, cultivando o “ser sensível”, presente-escondido no educando. Considera-se, pois, a implicação de propostas que contribuam para a construção de processos educativos mais inteiros, reaproximando razão e emoção, cognição e afeto. No desenvolvimento da referida pesquisa, o estudo sobre a simbologia do círculo revelou-se essencial e, configura o eixo central da discussão. São propriedades simbólicas do círculo a perfeição e a ausência de distinção ou divisão. Sua imagem evoca equilíbrio, totalidade, integração de diferenças, interdependência. Roda, círculo, não é uma bela imagem para a prática educativa? O círculo dançante: não seria uma oportunidade para o aprendizado da circularidade na educação? Perpassando tais questões que envolvem a potencialidade do símbolo, propõe-se uma discussão sobre a necessária circularidade na educação e processos educativos.

2.0. Introdução
Somente ao participar de uma dança de roda, é que nos vem à tona a carência de símbolos integradores na educação. A simbologia presente nas danças circulares dos povos leva-nos a abordar a formatação da educação – seja ela em quaisquer níveis – em que o quadrado ainda impera como desenho rígido, ângulos retos, linhas estáticas. Por meio das danças circulares, foge-nos a idéia de educação na fôrma, quadrada, e nos percorre o pensar: se as práticas educativas fossem arredondadas,