Custo democracia

O maior país mundo nunca será uma democracia ao estilo ocidental. A nona economia do planeta emergiu-se como superpotência no século XX ancorada sobre uma ditadura. Ditadura vermelha. Stálin, “homem de ferro”, comandou o país de forma imperial, poderoso quanto um czar, da morte de Lênin, em 1924, a sua morte em 1953. Logrando avanços notáveis em ciência, tecnologia e no campo militar, a então União Soviética ombreou seu rival capitalista, os EUA, até ficar evidente que o regime era inviável economicamente. A odisseia russa começa no momento em que o economista Milton Friedman se torna o Papa de Ronald Reagan e Margaret Thatcher. Enquanto o terceiro mundo se languidesce na crise da dívida dos anos 80- a China é um caso à parte, Deng começa a se consolidar no poder nesse período- e o neoliberalismo presta nova dinâmica ao capitalismo, o segundo mundo se debate em meio às malogradas reformas econômicas e políticas de Gorbachev. Da queda do muro de Berlin à dissolução da União Soviética, passaram-se meses. Iéltsin perpassou tentativas de golpe, vicissitudes e a crise financeira de 98. Menos agônica e duradoura que a crise africana dos anos 90, a crise russa também foi profunda- enfrentando mesmo colapso demográfico- e só teve fim com a ascensão de Putin. De 2000 em diante, a palavra de ordem da Rússia é estabilidade.

Sem ter desrespeitado parâmetros constitucionais, que proíbem o terceiro mandato consecutivo, pode-se dizer que Putin é o senhor da Rússia há 12 anos. Sob a era Putin, o país tem modernizado suas instituições, em que pese à perseguição a órgãos de imprensa e opositores. Grande exportador de gás e maior exportador de petróleo do mundo, o grande trunfo russo do século XXI é a energia. Dono de enorme arsenal atômico, é o quarto país que mais gasta com armamentos no mundo, em 2011 despejou 82,5 bilhões de dólares nesse complexo. A economia se aproveitou da elevação do preço das commodities e mantém robusto ritmo de crescimento, barrado apenas em 2009 pela